quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

DEVIR CRIANTE

A palavra sucede o vazio e se lança no papel formando um neologismo poético pra penetrar no nosso dicionário mesmumificado.

Os traços saem do pincel, lápis, carvão, pois acreditam que a forma informe do nada precisa delinear-se num algo, gerando signos pra tela da vida.

As mãos lançam-se no barro, pois o que já é precisa ser re-inventado, adquirindo outros jeitos e símbolos.

O ser se propõe a criar... pra não deixar de Ser. Sendo...


P.S. Que continuemos criando e tecendo a vida com poesia em 2011... Feliz Ano Novo.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

REFLEXÕES EM FRASES VI


Quem não sai um pouco de si mesmo não se encontra.

É urgente a Educação se voltar não somente para o desenvolvimento da inteligência, mas (hoje, sobretudo), o desenvolvimento da afetividade.

O amor é loucura e sabedoria. A arte de vivê-lo, parece-me, é semelhante à de quem brinca numa gangorra...

A forma que encaramos a morte diz muito a respeito da forma que vivemos a vida.

É imperioso enxergar a complexidade como labirintos para chegar a si mesmo.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Dinamic'Anímica


Nas complexidades

la/bi/rín/ti/cas

busco um outro mesmo ser

que se acomete na re-faz-e-dura

de minha léxis - práxis.



É o ser-sendo...

Dinámic'anímica.







sábado, 27 de novembro de 2010

ANDARILHO


O Andarilho. Béja, 2009.



Minha sala d'aula é o mundo.

Experimento-me nos outeiros

Descubro-me nos vales

Deságuo nas águas


Do

mar

Da

vida.


Aprendo com os p-a-s-s-o-s

Tro

peços.

Com o tempo

Contra-tempos.

D'andarilho... Jornada


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

REFLEXÕES EM FRASES V


A verdadeira beleza se vê sem maquiagem – prescinde desta.
Somos um pouco a expectativa do outro.
Somos tão falhos, tão falhos que somos humanos.
Educação é o processo capaz de inserir atores (e não figurantes) sociais no palco da existência.
Inevitáveis travessias sucedem-se após as partidas...
É preciso aprender com as reticências...
A vida sem arte é um paradoxo.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

2050


Paulo conectou-se à internet e baixou uma nova versão de si mesmo.
Marta – almejando longevidade – fez um transplante de cérebro: foi morar num robô.
Carlos salvou uma cópia de sua memória no pen drive, caso tenha amnésia...
Pedrinho se escaneou e foi morar na World Wide Web; pegou uma virose e o AVG lhe deletou.
Luísa comprou seu robô doméstico nas Americanas, mas ele não veio com o programa que o habilitava a lavar louças – reclamou no PROCON.
E Edvaldo, coitado, alugou uma namorada cibernética (pensando em futuramente se casar), mas ela, pós-humano-moderna que é, só queria saber... de “ficar”!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

SOBRE O ALUNO-OBJETO E O MERCADO-SUJEITO



Aquela coisa de formar pessoas ativas para o exercício da cidadania e para a ação transformadora no mundo na educação é algo démodé. Agora - escrachadamente – temos que atender as exigências do Mercado. Somos produtos que passamos quatro, cinco, seis anos nas universidades/faculdades (sem contar a educação básica e pós-graduações) sendo confeccionados para Ele. Este dita as regras: quem entra e quem sai; quem é absorvido ou jogado fora. O mercado é, portanto, nosso tamagoshi maior, que alimentamos, e que doravante nos devora.

sábado, 18 de setembro de 2010

REFLEXÕES EM FRASES IV


A verdade, geralmente, é aquilo em que queremos acreditar.
A modernidade está ficando obsoleta; não sabemos como será sua nova versão...
O silêncio ajuda a voz interior...
Somos a síntese do que restou do que fomos e o reflexo do que projetamos ser.


domingo, 5 de setembro de 2010

INDIVIDUAÇÃO


Invento-me constantemente

Ego ambulante...

Nômade em terras próprias

Transito nas eras do meu próprio cronos.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

POEGÊNESES


Fazer poema

É parir a si mesmo,

Micropoeticamente.


É o saber-se,

Ratificar-se;

Reler-se,

Pois mergulhos nas suas outras faces.


É brincar com as possibilidades

Das palavras-signo,

Como num jogo de lego.


É procurar no mar do léxico

As ondas que batem

E que voltam

N’alma dentro.