quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

ARFABETIZAÇÃO & RIFORMA AGRÁRA

Cordel fruto das prosa com trabalhadores/as rurais de Feira de Santana e Região...


A maió parte dos povo daqui, moço, num tem terra não...

E quando se tem, é um cadin minúsculo

Porcauso daqueles que tem demasiado

Muito latifúndio disusado.



A gente fica se bateno

Ajudando um e ôtro

Trabaiano duro que nem tôro

Com a famía e de comodato

Com difircutagem um pouco colheno



Quando tudo seca

Num tem jeito, vamo dá dia nas terra dos dotô

Arrancar toco e fazer pasto.

“Vocês num istudô”, dizim eles.


A maiuria aqui faz a assinatura com o dedo...

Caligrafia é coisa pros nobre

Pobre sabe lá o que é isso

Povo desvalido pensa que é desenho


Nossa linguage é mais falada

Sem escrivinhamento

Palavras só no coração e lá dentro

Donde Deus pôis as primera letra rascunhada.



Mas será, meu Cristo, que um dia isso tudo muda...?

Ô meu São José, há de consiguirmo terra pro nosso prantio...?

Valei-me mestre Palo Frêre

Quem sabe há de termo no nosso roçado chuva

Pra colheita abastada

Pra colírio pra leitura.

5 comentários:

  1. Weslley... fiquei sem palavras para comentar tamanha beleza poética!

    Menino, fique com o meu silêncio, pois palavra alguma agora poderia expressar a emoção de ler essa maravilha!

    Beijo, poeta! :)

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  2. Muito bonito!
    Espero que no "roçado" desse povo floresça a leitura! ;)

    Tenha uma ótima noite.

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  3. Amigo poeta querido, vim lhe dizer que tem um presente singelo, mas de coração, no meu blogue pra vc, tá! :)

    Beijocas

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