Cordel fruto das prosa com trabalhadores/as rurais de Feira de Santana e Região...
A maió parte dos povo daqui, moço, num tem terra não...
E quando se tem, é um cadin minúsculo
Porcauso daqueles que tem demasiado
Muito latifúndio disusado.
A gente fica se bateno
Ajudando um e ôtro
Trabaiano duro que nem tôro
Com a famía e de comodato
Com difircutagem um pouco colheno
Quando tudo seca
Num tem jeito, vamo dá dia nas terra dos dotô
Arrancar toco e fazer pasto.
“Vocês num istudô”, dizim eles.
A maiuria aqui faz a assinatura com o dedo...
Caligrafia é coisa pros nobre
Pobre sabe lá o que é isso
Povo desvalido pensa que é desenho
Nossa linguage é mais falada
Sem escrivinhamento
Palavras só no coração e lá dentro
Donde Deus pôis as primera letra rascunhada.
Mas será, meu Cristo, que um dia isso tudo muda...?
Ô meu São José, há de consiguirmo terra pro nosso prantio...?
Valei-me mestre Palo Frêre
Quem sabe há de termo no nosso roçado chuva
Pra colheita abastada
Pra colírio pra leitura.
Weslley... fiquei sem palavras para comentar tamanha beleza poética!
ResponderExcluirMenino, fique com o meu silêncio, pois palavra alguma agora poderia expressar a emoção de ler essa maravilha!
Beijo, poeta! :)
Muito bonito!
ResponderExcluirEspero que no "roçado" desse povo floresça a leitura! ;)
Tenha uma ótima noite.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirParabéns, Weslley. Muito bom texto.
ResponderExcluirAmigo poeta querido, vim lhe dizer que tem um presente singelo, mas de coração, no meu blogue pra vc, tá! :)
ResponderExcluirBeijocas