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AO PÉ DA LETRA, DENTRO DO CORAÇÃO
devaneios sobre a denotação e a conotação
dos
traços/palavras
Nas an-danças dos
sentidos e das significâncias estão imbricados os conceitos de denotar e
conotar.
A denotação é verificar
na pedra seus atributos visíveis a olho nu.
Conotar é enxergar essa
mesma pedra no campo das possibilidades por uma percepção poliocular.
A literalidade é
importante na análise de elementos, sobretudo nos campos que precisam de
objetividade como o jurídico, o da medicina e o técnico-científico. No desenho industrial e na arquitetura. Contudo, a
plurivalência dos sentidos dá vastidão no mundo do artístico e do literário.
Há importância,
portanto, nos dois âmbitos de funcionalidade dos traços e palavras. O contexto
é que vai indicar o seu melhor valor, uso e percepção.
A palavra
poética, por exemplo, se lança para além da literalidade (denotação → conotação), pois perscruta os mistérios dos sentidos. Inclusive, o ato
de dizer diz (em maior grau ainda na literatura) mais do que as palavras, pois
comporta também os silêncios: aquilo que não sabemos que estamos por dizer.
Arrancar da pedra
uma escultura é dar a ela dimensões para além da obviedade. Mas é preciso
também saber o que ela representa cientificamente para poder se construir prédios e casas, servir de alicerce na engenharia.
Portanto, a
complementaridade dos sentidos (na sua fluência e rigidez) é necessária. Essa
ambivalência, inerente à língua: denotatividade/conotatividade, são
possibilidades que não se excluem, mas se aglutinam, líquidas, na mesma fonte.
Bebamos...! Um
brinde à palavra.
Curto, lógico e bem escrito!
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