quinta-feira, 9 de maio de 2013

AO PÉ DA LETRA, DENTRO DO CORAÇÃO



Créditos da imagem: http://www.tjskl.org.cn

AO PÉ DA LETRA, DENTRO DO CORAÇÃO
devaneios sobre a denotação e a conotação 
dos traços/palavras


Nas an-danças dos sentidos e das significâncias estão imbricados os conceitos de denotar e conotar.
A denotação é verificar na pedra seus atributos visíveis a olho nu.
Conotar é enxergar essa mesma pedra no campo das possibilidades por uma percepção poliocular.

A literalidade é importante na análise de elementos, sobretudo nos campos que precisam de objetividade como o jurídico, o da medicina e o técnico-científico. No desenho industrial e na arquitetura. Contudo, a plurivalência dos sentidos dá vastidão no mundo do artístico e do literário.
Há importância, portanto, nos dois âmbitos de funcionalidade dos traços e palavras. O contexto é que vai indicar o seu melhor valor, uso e percepção.
A palavra poética, por exemplo, se lança para além da literalidade (denotação conotação), pois perscruta os mistérios dos sentidos. Inclusive, o ato de dizer diz (em maior grau ainda na literatura) mais do que as palavras, pois comporta também os silêncios: aquilo que não sabemos que estamos por dizer.
Arrancar da pedra uma escultura é dar a ela dimensões para além da obviedade. Mas é preciso também saber o que ela representa cientificamente para poder se construir prédios e casas, servir de alicerce na engenharia.
Portanto, a complementaridade dos sentidos (na sua fluência e rigidez) é necessária. Essa ambivalência, inerente à língua: denotatividade/conotatividade, são possibilidades que não se excluem, mas se aglutinam, líquidas, na mesma fonte.
Bebamos...! Um brinde à palavra.


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