Ao dia da Mulher.
Celebrando esse ser belo, forte e mágico!
Sempre omitida
em sua jornada
calada, burlada
maltratada sem dó
sem ré, sem mi, sem fá, sem sol
apagada
des-musicada
cansada
pela jugo do falo.
Maria, e agora...?
Sem a chave na mão
quer abrir a porta
e nem tem porta
pr'ela poder entrar.
Seu rio secou
quer fugir pro mar-da-vida
mas o mar está poluído
Maria, e agora?!
Sua inteligente palavra
seu ventre poético
seu mundo de cores
não tinha voz
não tinha vez.
Nunca pôde cantar
seu canto
pungente
ser tudo que é
pois o macho poder
veio e desfez.
E agora, Maria...?!
— Eu não me dobro
Não emudeço
nem me troco
me rasgo em mil
se preciso for.
Desfaço o desfeito
sou mulher aguerrida
que quer mostrar
hoje e sempre sua tez.
Que não se prostra
diante das tretas
e insensatez
do poder androcêntrico
androfálico
andropênico
que ou murcha ou se iguala
à Vagina de vez!
E agora, José...?
Maria: e agora.
Querido amigo poeta, que magnífica homenagem esta!
ResponderExcluirMaria-Mulher é mesmo assim, fortaleza e sensibilidade, um mundo inteiro de contrastes. Mas é tb e, acima de tudo, bela e essencial a todo o andamento perfeito da vida aqui na Terra.
Beijo, querido, e obrigada! :)
Um salve à todas as Marias e a você, Weslley,
ResponderExcluirque cada dia me encanta mais com sua musicalidade na escrita. ;)
Adorei tudo e vou ficando...
ResponderExcluirinfelizmente a diferença entre os sexos ainda existe mesmo em países ditos 'democráticos' como o Brasil, mas é inegável que a mulher conquistou espaço e permanece em conquistas diárias se rasgando em mil, quando preciso é, e demonstrando que para isso não é necessário deixar de lado a sensibilidade! E agora, José? Murcha ou se iguala? Eu voto pela opção dois, porque neste mundão que Deus nos deu tem espaço para todas as capacidades! É muito bom saber que a sensibilidade também habita os corações masculinos e que alguns tem a sensatez de não reprimí-la. És um deles, mocinho. Que poesia linda!
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