Nota da Prefeitura de Feira de Santana: http://www.feiradesantana.ba.gov.br/secom/noticias.asp?idn=20715#noticias
No dia 07 de novembro de 2018, às 19:30, deu-se início à solenidade de premiação e ao Lançamento do Livro do 4ª Concurso Municipal de Poesia - Prêmio Georgina Erismann. O evento teve como abertura uma belíssima apresentação da Orquestra Neojibá.
O livro conta com a participação de 17 poetas de Feira de Santana e região. Sendo premiados os poemas de Elis Franco em 1ª lugar, Weslley Almeida em 2º e Carol Pereyr em 3º.
Segue abaixo o meu poema, "Ossatura", que galgou a 2ª colocação:
OSSATURA
I
Cansar
o
peixe até ele formar com a linha
subaquático
traço
de
presa no lábio:
horizonte tramado de anzol.
Travar
entre
os dedos
o
pêndulo da sobrevivência
dois
lados opostos
tensão
de náilon
rasgando
o calo da mão
no
arrebate da fisga nos olhos.
Esquivar
o
olhar do sol refletido
na
calmaria das águas:
espelhos
matinais de outono.
II
Chapéu
de palha e gaivotas
sussurros
de asa ao ouvido
após
o
deslize
sobre
a face líquida do mar.
— Não confunda
a
generosidade das águas
com
o zarpar fácil n’oceano
(as
ondas
vão
e
vêm
como os sonhos).
Ainda
mais nesta canoa desgarrada
que
só com o remo
rema
a ermo
quando
a força da rima: o remar.
III
A
praia se apaga da vista
não
tem mais entremeio o curso
o
salitre soluço — o lugar
só
há margens
entre
a proa e a popa
a
terceira é o abismo do corpo
em
que se aproxima a morte, a vida:
mesma
nau sem bússola de leme torto.
IV
O
verso das águas
pede
silêncio
após
a quebra
da
onda
no
mar.
Recolher
as velas, marujo: erguer os remos.
Saber
escolher um canto ao sol, um sombrear
no
prenhe calor íntimo das coisas mudas de tom rouco.
Por
à praia a embarcação.
Escamas
no pelo,
na
pele fissuras.
O
barco, o peixe, o homem
é
tudo (e mais)
questão
de ossatura.
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