HUGO FRIEDRICH
(1904-1978)
Um dos livros que mais discutem a poesia moderna, iniciada no século XIX em Baudelaire, tendo continuação em Rimbaud e Mallarmé e passando no século XX por T. S. Eliot e tantos outros poetas, tem como marca a ruptura com a tradição literária, produzindo uma dissonância na lírica, trazendo-a para o locus horrendus da urbe, inaugurando na poesia tratamento de assuntos e de temas considerados, até então, como antipoemáticos. Friedrich faz uso de pensadores como Rousseau e Diderot para discutir esse fenômeno e a tessitura dessa nova poesia.
Seguem alguns fragmentos de minha leitura aqui compartilhada:
- "Nos fenômenos literários, 'estrutura' designa uma tessitura orgânica, uma comunhão tipológica do diverso".
- “A poesia pode comunicar-se, ainda antes de ser compreendida”
- “... até mesmo ao próprio poeta o conhecimento do sentido daquilo que compôs é limitado”
- A poesia é: “movimento emocional por meio de metáforas” (Diderot)
- A poesia é "magia linguística", "a língua originária da humanidade, a língua total do sujeito".
- "Há uma paridade da poesia com a magia"
- "O poeta serve-se das palavras como teclas, tocando o piano das palavras"
- “O artista moderno: a capacidade de ver no deserto da metrópole não só a decadência do homem, mas também de pressentir uma beleza misteriosa, não descoberta até então.”
- “Segundo Baudelaire, para se penetrar a alma de um poeta, tem-se de procurar aquelas palavras que aparecem mais amiúde em sua obra. A palavra delata qual é a sua obsessão.”
- “Para Mallarmé, o poetar significa renovar tão radicalmente o originário ato criativo da linguagem que o dizer seja sempre dizer o que não foi dito até então”.
- "Às vezes o poema quer mais soar do que dizer. O verso nem sempre pretende ser compreendido, mas apenas ser acolhido como sugestão sonora".
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