A ARTE DE ESCREVER
Schopenhauer
(1788
– 1860)
Trata-se esse livro de escritos curtos
de Schopenhauer, pensamentos e reflexões, sobre a escrita, sobre a língua e a
literatura do século XIX, especialmente a alemã. Mas que tem valor para quem
escreve ou pesquisa sobre linguagem. Abaixo, alguns trechos mais relevantes:
- Ao aprender uma língua, estaríamos
ampliando e refinando nosso acervo de conceitos.
- Só chegará a elaborar novas e grades
concepções fundamentais aquele que tenha suas próprias ideias com objetivo
direto de seus estudos.
- Não é possível alimentar os outros com
restos não digeridos, mas só com o leite que se formou a partir do próprio
sangue.
- A maioria dos eruditos é muito
superficial.
- Nenhum indivíduo pode saber sequer a
milésima parte daquilo que é digno de ser sabido.
- A verdadeira formação para a
humanidade exige universalidade e uma visão geral (...) conhecimento
enciclopédico.
- O excesso de leitura tira do espírito
toda sua elasticidade.
- Os eruditos são aqueles que leram
coisas nos livros, mas os pensadores, os gênios, os fachos de luz, e promotores
da espécie humana são aqueles que as leram diretamente no livro do mundo.
- Todo pensador autentico se assemelha a
um monarca: ele atua diretamente e não reconhece ninguém acima de si.
- Todo autor se trona um escritor ruim
assim que escreve qualquer coisa em função do lucro.
- Quem tem algo digno de menção a ser
dito não precisa ocultá-lo em expressões cheias de preciosismos, em frases
difíceis e alusões obscuras.
- O adjetivo é o inimigo do substantivo.
- Os prefixos e sufixos são modulações
de cada conceito fundamental no teclado da língua.
- Poucos escrevem como o arquiteto constrói.
- A língua é uma obra de arte e deve ser
considerada como tal.
- Os trabalhos substituem o saber e
ocupam o pensamento.
- Quando lemos, outra pessoa pensa por
nós... Somos dispensados em grande parte do trabalho de pensar.
- Escrevem-se livros sobre este, ora
sobre aquele grande espírito do passado, e o público os lê, mas não lê os
próprios autores dos quais eles tratam.
- A repetição é a mãe do estudo.
-
A palavra dos homens é o material mais duradouro. Se um poeta deu corpo à sua
sensação passageira com as palavras mais apropriadas, aquela sensação vive
através dos séculos nessas palavras e é despertada novamente em cada leitor
receptivo.
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