Manoel de Barros em sua obra nos apresenta um fraseário lírico, ou
versos-máximas, ou ainda pílulas poéticas, que consistem em mínimos versos carregados
de intensos sentidos.
Vou apresentar aqui alguns desses versos que encontrei nas
minhas leituras pela obra poética desse grande escritor mato-grossense (e do mundo).
"Explicar afasta as falas da imaginação"
"Livre, livre é quem não tem rumo"
"Sou beato de ouvir a prosa dos rios"
"Significar limita a imaginação"
*
"Nos monturos do poema os urubus me farreiam"
"O poema é antes de tudo o
inutensílio"
"A gente é cria de frases!"
"Nossa grandeza tem muito cisco"
"Eu sou o apogeu do chão"
*
"Desaprender oito horas por dia ensina princípios"
"Poesia é voar fora da asa"
"Ontem choveu no futuro"
"Ando muito completo de vazios"
"Um sabiá me aleluia"
"As coisas que não existem são mais bonitas"
*
"Grilo é um ser imprestável para o silêncio"
"Quem ama exerce Deus"
"Eu queria crescer para passarinho"
"As árvores me começam"
"Só as coisas rasteiras me celestam"
"Eu queria avançar para o começo. Chegar ao criançamento das
palavras."
"É no ínfimo que eu vejo exuberância"
"Tudo que não invento é falso"
"Há muitas maneiras sérias de não dizer nada, mas só a poesia
é a verdadeira"
"Palavra poética tem que chegar ao grau de brinquedo para ser
séria"
*
"As coisas que não levam a nada têm grade importância"
"Poesia é a loucura das palavras"
"A gente é rascunho de pássaro / não acabaram de fazer..."
*
Espero que esse post tenha despertado em você, leitor, mais fome por poesia: gula pelos poemas de Manoel de Barros. Que esses delírios líricos acometam sua íris de beleza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário