quarta-feira, 21 de setembro de 2011

DESPALAVRAS

Van Gogh

"Há muitas maneiras de não dizer nada, mas só a poesia é verdadeira" Manoelito (feito de) Barros


 
Eu que sou um homem ligado à palavra, como uma face do papel à outra, tenho essa mania de querer dizer algo... sempre. Um ranso dicionárico. Percebo que às vezes o silêncio do sentido é que dá o “sentido”.

Se observarmos bem, as coisas mais tocantes e prazerosas não dizem nada. Porque se disser, ofusca. O que é poético, não raramente, é indizível e transpassa as barreiras do inteligível. Uma espécie de terceira margem de não sei onde, nem o porquê. Mas que é, mesmo no seu des-Ser.

Vai imaginando... Um bom beijo. Fazer amor. Um abraço gostoso de um amigo/a. Um sorriso despretensioso de uma criança. O nascer e pôr-do-sol. Um olhar de carinho. Uma tela de Van Gogh. Uma poesia de Manoel de Barros.

É... seu moço (refiro a mim mesmo). Vê se aprende as despalavras.

3 comentários:

  1. É seu moço, mas é muito bom ler este palavreado, encher os olhos com Van Gohg, decifrar as entrelinhas de uma poesia, e ainda perceber o sentido do silêncio dos melhores momentos da vida. Disse tudo! Bjs.

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  2. Taí um texto com o qual me identifico totalmente...

    Abraço.

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  3. Olá Weslley...

    Gostei muito dessa ...:"Um ranso dicionárico."
    Me vi te vendo aí ohhh...rsrsrs
    Apreciei o teu coments poeta...obrigadim..
    Grande bj no coração.
    Lecy'ns

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