quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

ARFABETIZAÇÃO & RIFORMA AGRÁRA

Cordel fruto das prosa com trabalhadores/as rurais de Feira de Santana e Região...


A maió parte dos povo daqui, moço, num tem terra não...

E quando se tem, é um cadin minúsculo

Porcauso daqueles que tem demasiado

Muito latifúndio disusado.



A gente fica se bateno

Ajudando um e ôtro

Trabaiano duro que nem tôro

Com a famía e de comodato

Com difircutagem um pouco colheno



Quando tudo seca

Num tem jeito, vamo dá dia nas terra dos dotô

Arrancar toco e fazer pasto.

“Vocês num istudô”, dizim eles.


A maiuria aqui faz a assinatura com o dedo...

Caligrafia é coisa pros nobre

Pobre sabe lá o que é isso

Povo desvalido pensa que é desenho


Nossa linguage é mais falada

Sem escrivinhamento

Palavras só no coração e lá dentro

Donde Deus pôis as primera letra rascunhada.



Mas será, meu Cristo, que um dia isso tudo muda...?

Ô meu São José, há de consiguirmo terra pro nosso prantio...?

Valei-me mestre Palo Frêre

Quem sabe há de termo no nosso roçado chuva

Pra colheita abastada

Pra colírio pra leitura.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

DISTRAÍDA-NEFASTA CANÇÃO


Um casal de moscas, intertido com o acasalamento (possuídas do instinto bom e insano) pousou, para este fim, na terceira corda da segunda casa do meu violão. Eu, intertido não com sexo (no momento), mas com a música e seu processo de criação, fiz com que uma das moscas ficasse viúva, com um lá maior em mãos: tom da distraída e nefasta canção - a qual, para diminuir meu sentimento de culpa, toquei no seu velório... 

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

SAUDOSISMO CLAIREDELÚNICO

Hoje

Coloquei Claire de Lune pra tocar. Debussy me fez lembrar

de tudo que é poético e se foi...

Não como quem chora de tristeza;

mas, sim, com uma alegria melancólica

da beleza dos momentos vividos

vívidos

cujas fruições embeberam-se de força

e êxtase:

tornaram-se atemporais

no meu Pra Sempre...