sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

A ARTE DE ESCREVER

A ARTE DE ESCREVER
Schopenhauer
(1788 – 1860)


Trata-se esse livro de escritos curtos de Schopenhauer, pensamentos e reflexões, sobre a escrita, sobre a língua e a literatura do século XIX, especialmente a alemã. Mas que tem valor para quem escreve ou pesquisa sobre linguagem. Abaixo, alguns trechos mais relevantes:

- Ao aprender uma língua, estaríamos ampliando e refinando nosso acervo de conceitos.
- Só chegará a elaborar novas e grades concepções fundamentais aquele que tenha suas próprias ideias com objetivo direto de seus estudos.
- Não é possível alimentar os outros com restos não digeridos, mas só com o leite que se formou a partir do próprio sangue.
- A maioria dos eruditos é muito superficial.
- Nenhum indivíduo pode saber sequer a milésima parte daquilo que é digno de ser sabido.
- A verdadeira formação para a humanidade exige universalidade e uma visão geral (...) conhecimento enciclopédico.
- O excesso de leitura tira do espírito toda sua elasticidade.
- Os eruditos são aqueles que leram coisas nos livros, mas os pensadores, os gênios, os fachos de luz, e promotores da espécie humana são aqueles que as leram diretamente no livro do mundo.
- Todo pensador autentico se assemelha a um monarca: ele atua diretamente e não reconhece ninguém acima de si.
- Todo autor se trona um escritor ruim assim que escreve qualquer coisa em função do lucro.
- Quem tem algo digno de menção a ser dito não precisa ocultá-lo em expressões cheias de preciosismos, em frases difíceis e alusões obscuras.
- O adjetivo é o inimigo do substantivo.
- Os prefixos e sufixos são modulações de cada conceito fundamental no teclado da língua.
- Poucos escrevem como o arquiteto constrói.
- A língua é uma obra de arte e deve ser considerada como tal.
- Os trabalhos substituem o saber e ocupam o pensamento.
- Quando lemos, outra pessoa pensa por nós... Somos dispensados em grande parte do trabalho de pensar.
- Escrevem-se livros sobre este, ora sobre aquele grande espírito do passado, e o público os lê, mas não lê os próprios autores dos quais eles tratam.
- A repetição é a mãe do estudo.
- A palavra dos homens é o material mais duradouro. Se um poeta deu corpo à sua sensação passageira com as palavras mais apropriadas, aquela sensação vive através dos séculos nessas palavras e é despertada novamente em cada leitor receptivo. 

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

BOIMETRIA



Uma manada estava às cancelas do curral para fazer a boimetria, exigida pelo Curral Superior Eleitoral: CSE. A fila era gigante. Cabeça de gado a perder de vista.

A febre aftosa estava se alastrando no Boigresso Nacional. Uma empresa, JBS, ajudava a encaminhar aquela população pro matadouro. Havia odebrechas entre os boiputados que permitiam esse gadocídio.


A boiada se revoltou. Boicotou a boimetria. Invadiu Boisília. E aquela população bovina nunca mais... serviu de boi de piranha!


Temas: Biometria, TRE, TSE, Voto, Revolução, Corrupção 





Admirável Gado Novo - Zé Ramalho




sábado, 23 de dezembro de 2017

PROJETO "DOCE POESIA DOCE"



De 17 de setembro a 8 de outubro o projeto DOCE POESIA DOCE, da Fundação Gregório de Matos, distribuiu gratuitamente nada menos que 10 mil “poesias doces” (poesias impressas embaladas em doces) em praças, escolas, hospitais e postos de atendimento em Salvador.




Entre os poetas participantes, estavam os feirenses: Antonio Brasileiro, George Lima, Gerson Pedro, Roberval Pereyr e Weslley Almeida, cujos poemas expomos a seguir:














UM POEMA EM CADA ÁRVORE



Nesse ano de 2017 participamos com um poema no projeto "Um Poema em Cada Árvore", uma mobilização nacional encabeçada, aqui em Feira de Santana, pelo artista e ativista cultural Asa Filho.
Os poemas foram afixados em árvores no Largo do São Francisco, no centro da cidade, no bairro Kalilândia. E estão disponíveis para visualização e leitura dos praceiros e transeuntes.


Que mais árvores e poesias se espalhem!


quarta-feira, 22 de novembro de 2017

LIVROS QUE FALAM: BATE-PAPO LITERÁRIO E LANÇAMENTO


O Livros que falam nasceu na cidade do Porto, em Portugal, e agora vem a Feira de Santana. O projeto consiste na junção do lançamento de livros, com a presença de autoras e autores, conversas descontraídas com o público e a integração de outras artes, como a música e a pintura. A ideia é contar histórias sobre a literatura e a vida. Os diálogos serão mediados pela escritora Clarissa Macedo.
Esta edição contará com a presença de Iolanda Costa, lançando Colar de Absinto, e de Weslley Almeida, lançando Memórias Fósseis. Logo após o encontro, haverá show com a Banda Sal.

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O que: lançamento de livros e bate-papo literário
Onde: Cúpula do Som (Rua Domingos Barbosa de Araujo, nº 750, Kalilândia, Feira de Santana)  
Quando: 08 de dezembro (sexta-feira), a partir das 18h30
Quanto: gratuito*
Promoção: a entrada no evento dá direito a uma bebida grátis.
*Para o show da Banda Sal, após o lançamento, às 21h, será cobrado um couvert de R$ 10,00. 

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Livro "Memórias Fósseis" à Venda no Shopping Boulevard Feira


O meu livro Memórias Fósseis já está disponível no Shopping Boulevard Feira, 
na Cappa Clara Tabacaria (que fica próximo à Lotérica da Caixa).





quarta-feira, 11 de outubro de 2017

O MENINO-PIPA


Poema para o dia das crianças

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

RASTROS PEDAÇOS (para Feira de Santana)


  Weslley Almeida


Entre mandacarus e a Senhor dos Passos
O campo do Gado e a Feirinha da Estação
Os rastros, o gibão
A toada que canta o sol posto, o rosto
De quem vive em trânsito no Portal do Sertão

Em carroças e carros importados

Nos cavalos de osso
Nos cavalos de aço

Em galopes de cotidianos

Levando e deixando
Nos contornos
Nossos tantos pedaços.

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

DELÍROS FRÁSICOS DE MANOEL DE BARROS





          Manoel de Barros em sua obra nos apresenta um fraseário lírico, ou versos-máximas, ou ainda pílulas poéticas, que consistem em mínimos versos carregados de intensos sentidos.
       Vou apresentar aqui alguns desses versos que encontrei nas minhas leituras pela obra poética desse grande escritor mato-grossense (e do mundo). 





"Explicar afasta as falas da imaginação"

"Livre, livre é quem não tem rumo"

"Sou beato de ouvir a prosa dos rios"

"Significar limita a imaginação"


*



"Nos monturos do poema os urubus me farreiam"

"O poema é antes de tudo o inutensílio"

"A gente é cria de frases!"

"Nossa grandeza tem muito cisco"

"Eu sou o apogeu do chão"


*



"Desaprender oito horas por dia ensina princípios"

"Poesia é voar fora da asa"

"Ontem choveu no futuro"

"Ando muito completo de vazios"

"Um sabiá me aleluia"

"As coisas que não existem são mais bonitas"

 *





"Grilo é um ser imprestável para o silêncio"

"Quem ama exerce Deus"

"Eu queria crescer para passarinho"

"As árvores me começam"

"Só as coisas rasteiras me celestam"

"Eu queria avançar para o começo. Chegar ao criançamento das palavras."

"É no ínfimo que eu vejo exuberância"

"Tudo que não invento é falso"

"Há muitas maneiras sérias de não dizer nada, mas só a poesia é a verdadeira"

"Palavra poética tem que chegar ao grau de brinquedo para ser séria"

*





"As coisas que não levam a nada têm grade importância"

"Poesia é a loucura das palavras"

"A gente é rascunho de pássaro / não acabaram de fazer..."


Espero que esse post tenha despertado em você, leitor, mais fome por poesia: gula pelos poemas de Manoel de Barros. Que esses delírios líricos acometam sua íris de beleza.