Um tapete novo e os olhares se acoplaram num
novo feixe óptico.
A casa ganhou outras possibilidades oculares: os quadros, o teto, os insetos
nas paredes; o meu corpo é um telescópio que gira quando mudo de posição.
A relação com os passantes na sala recebe um
grau diferente quando estou sobre ele.
Me embolo no tapete (com ou sem a visita). Me largo nele ao som de Enya e
Djavam. Parece que – Chico – nele sou mais malandro,
e também o meu olhar é cafetão, no que concerne à impureza do enxergar
diferente.
Escrevi esse texto
na tentativa de malandrar as palavras pelo olhar dos dedos.
O coração bate o tambor: vital instrumento.
Para brincar com Heidegger, o que é o ente se
não o Ser que lhe empresta o olhar... pelos tapetes dos nossos lares metafóricos?
Boff, sim: “todo ponto
de vista é [mesmo] visto de um ponto”. Nós mesmos.
Eis o caminho da descoberta
do clitóris do olhar.
Os pontos “G”s do clitóris do olhar.
de nossa visão.