Imagem: Harry Elsas
João Requizado, bandoleiro da Chapada,
brando bravo brincalhão.
Mil vezes acossado, pelo Estado, mil
também escapado:
grutas, trincheiras, pedra e salão.
Alvejado pela polícia, mas nunca bala o
pegou à preguiça.
Retirava-se no garimpo esse homem, de
corpo fechado e veloz.
Lambia os rios, continuava sedento.
Bamburrou canto urrou.
Na Rua das Pedras a riqueza efêmera, na borda
da saia da dama-mulher.
Eis que tombou o cangaceiro solitário.
Um investigador a queima roupa disparou.
Tentou fugir apagando o candeeiro,
Requizado bandoleiro. Mas o intento não tanto alcançou.
E foi enterrado em Barra do
Mendes, sete palmos e todos os dentes. Findou.
O palhaço peralta: suas peripécias. No palco
das serras terminou.
Sua saga serpentina às cegas.
O garimpeiro bandoleiro.
Bandido-herói definhou.