segunda-feira, 28 de abril de 2014

Dorival Cai em mim (aos Cem anos de Caymmi)

Dorival
Cai em 
          
          mim
             como música negra espontânea
       melódica riqueza popular.

Canta 
       a Bahia, Itãpoã
o branco mulato na praça
pois de navio foi pro Rio
seus janeiros tantos passar
poemando versos
que ondeiam o mar

quebrados 
             em beijos 
                         de praia
                                      o a-mar...
                                 acangalha
                       com ou sem
                  Anália
           cabeça: 

  chapéu de palha
pescar.

Pesqueiro, seu canto e viola
joga a rede de rima e trova
da canoa do samba
que a vela balança
sem chama apagar
            e que vê 
em terra firme
o molejo da mulata que dança
deixando mole o marujo
encostado no mastro a olhar:

O que é que a baiana tem...
A graça como ninguém
Sandália enfeitada, tem
Tem saia engomada, tem.
E força e pulso tam-bém...


E quando ancora enfim
Descansa lá no Bomfim
Pra comer um vatapá
Depois, tem mungunzá
E não quer de lá voltar...


Só se for pro mar amar
Só se for pro mar amar
Só se for pro mar amar.

Amar
   Mar
     Ar
        mar...       Rede esperando brisa.
                                                              Perfume de Iemanjá.