Dorival
Cai em
mim
mim
como música negra espontânea
melódica riqueza popular.
Canta
a Bahia, Itãpoã
o branco mulato na praça
pois de navio foi pro Rio
seus janeiros tantos passar
poemando versos
que ondeiam o mar
quebrados
em beijos
de praia
em beijos
de praia
o a-mar...
acangalha
com ou sem
Anália
cabeça:
chapéu de palha
chapéu de palha
pescar.
Pesqueiro, seu canto e viola
joga a rede de rima e trova
da canoa do samba
que a vela balança
sem chama apagar
e que vê
em terra firme
o molejo da mulata que dança
deixando mole o marujo
encostado no mastro a olhar:
O que é que a baiana tem...
A graça como ninguém
Sandália enfeitada, tem
Tem saia engomada, tem.
E força e pulso tam-bém...
E quando ancora enfim
Descansa lá no Bomfim
Pra comer um vatapá
Depois, tem mungunzá
E não quer de lá voltar...
Só se for pro mar amar
Só se for pro mar amar
Só se for pro mar amar.
Amar
Mar
Ar
mar... Rede esperando brisa.
Perfume de Iemanjá.
Perfume de Iemanjá.