quarta-feira, 24 de julho de 2013

CHEGADA DE DOMINGUINHOS NOS ALTO CELESTE



 
Enquanto aqui, embaixo, os fãs e admiradores de Dominguinhos lamentam sua partida; no céu, ele chega com pompa e festa de gente muito importante.

Não é São Pedro quem o recebe na porta, mas o mestre, Luiz Gonzaga: “Ê, cabra... tu por aqui!? Se aprochega...! A gente tava mermo precisano de um a mais pra apertar esse fole”. O rei do baião trata logo de lhe emprestar uma sanfona, e um dos bom celestial microfone, pra cantar bem alto; pois lá, como Deus, tudo é grande.

Os anjo larga as harpa. Antônio Conselheiro, de alegria, dá um grito adiante. Virgulino pega a Bonita pra um arrocho no xaxado. Pade Ciço, festeiro, esquece a missa, levanta a batina e arrasta a percata, dançante... Jesus, de chapéu de palha e bigode, tira Maria Madalena prum xote. E Maria, sua mãe, e Deus, aplaudem..!

Agora, no céu, o São João nunca que para. O santo dono da festa ta todo embestado... É fogueira sempre acesa. Quadrilha de querubim e arcanjo. E as nuvem, celeste... de bandeirola tudo enfeitada. Quando Assum Preto, cansado, repousa o canto. O Sabiá recém-chegado, mais alto, retoma o mote...

 


 

sexta-feira, 19 de julho de 2013

O ARREBOL DA JUSTIÇA


 
 
Os gritos, os passos, os laços:

ecos de indignação reverberar

o vilipêndio da dor

na rua da memória,

das cidades...

 
Ardor, luta, labuta,

por uma aldeia melhor

onde a pino

esteja os raios da liberdade

e desperte fulgente a verdade

o turvo sono passivador.

 

O rosto se espanta

eis o povo: en-canta

e se insurge alto

nos cartazes, camisas e atos

mesmo diante dos

maltratos

da polícia insana

que a ferida inflama.

É a tradução

da arrogante imundícia

dos que usam leis

e paletó:

vândalos que saqueiam a

res publica

com o nó da gravata.


Eis o arrebol da justiça

verde

pintando o horizonte.

Façamos

surgir

intenso

o sol!