sábado, 25 de maio de 2013

Eu e Eles: ENTREPOEMAS

Imagem: Herivelton


PARA LARI E BIA
Henrique Magalhães e Weslley Almeida

Ela se jogou na lama
com o seu sexo
nu

e o seu prazer era
lânguido
e aquoso

sua vertigem febril
inundava
aquela aurora

e seu orgasmo
era fluido
e deslizante

o corpo
animal
rosnava o cio

e seu grito
atravessava
plantas e rios

à sombra
úmida
de uma sangria inquietude.

***

RENDA DA NOITE
 Larissa Rodrigues / Weslley Almeida

Ah, a noite,
essa moça misteriosa...
vestida de azul marinho
e brilhos silenciosos
de um luto que celebra as estrelas
a fazer delirar

olhos passantes
olhos pensantes

a imaginar
desenhos de escuridões
insanos encantamentos
cantar
canções do vento
e dos vestidos da noite.

 ***

O MITOPOÉTICO
Amanda Freire / Weslley Almeida


Sou aquele que desejam
no trânsito obscuro querer:
 penumbra.
Aquele
   que...

       esperam
            aflorar no ser:
flores policrômicas do anímico.

            Sou eeerrante
Poéticurvelíneo
Nas veredas 
arquetípicas
do ser.







quinta-feira, 9 de maio de 2013

AO PÉ DA LETRA, DENTRO DO CORAÇÃO



Créditos da imagem: http://www.tjskl.org.cn

AO PÉ DA LETRA, DENTRO DO CORAÇÃO
devaneios sobre a denotação e a conotação 
dos traços/palavras


Nas an-danças dos sentidos e das significâncias estão imbricados os conceitos de denotar e conotar.
A denotação é verificar na pedra seus atributos visíveis a olho nu.
Conotar é enxergar essa mesma pedra no campo das possibilidades por uma percepção poliocular.

A literalidade é importante na análise de elementos, sobretudo nos campos que precisam de objetividade como o jurídico, o da medicina e o técnico-científico. No desenho industrial e na arquitetura. Contudo, a plurivalência dos sentidos dá vastidão no mundo do artístico e do literário.
Há importância, portanto, nos dois âmbitos de funcionalidade dos traços e palavras. O contexto é que vai indicar o seu melhor valor, uso e percepção.
A palavra poética, por exemplo, se lança para além da literalidade (denotação conotação), pois perscruta os mistérios dos sentidos. Inclusive, o ato de dizer diz (em maior grau ainda na literatura) mais do que as palavras, pois comporta também os silêncios: aquilo que não sabemos que estamos por dizer.
Arrancar da pedra uma escultura é dar a ela dimensões para além da obviedade. Mas é preciso também saber o que ela representa cientificamente para poder se construir prédios e casas, servir de alicerce na engenharia.
Portanto, a complementaridade dos sentidos (na sua fluência e rigidez) é necessária. Essa ambivalência, inerente à língua: denotatividade/conotatividade, são possibilidades que não se excluem, mas se aglutinam, líquidas, na mesma fonte.
Bebamos...! Um brinde à palavra.